ENSAIO SOBRE UM SUPOSTO ENCONTRO
Às vezes, quando olho pra ti, eu penso...
Por que eu insisto?
Eu sei que você nunca vai me responder. Por quê? Bom, primeiro porque você está muito longe e a gente não se conhece. Só por isso essa pergunta já seria impossível de ser feita e respondida. Mas sejamos utópicos por um instante aqui. Digamos que, por algum motivo ou razão, o destino nos una e fiquemos então frente a frente. Até aí tudo bem, mas, ainda assim, não nós conhecemos, então a pergunta não faria sentido. Nesse dado cenário atual, só eu vi você e você nem sequer sabe da minha existência. Sendo mais otimista ainda, (pensar nessas possibilidades cansa demais) e se... e se sei lá, tornássemo-nos amigos? Mas isso não acontece de uma hora pra outra. Ter afinidade com alguém assim de uma hora pra outra é muito raro, acontece, mas nem eu sou tão otimista assim. Eu me conheço bem demais para saber que não sou do tipo que faz amizades com tamanha facilidade. Isso levaria tempo e há grandes chances de você me odiar ainda no processo de reconhecimento. Talvez você não queira ser minha amiga depois de descobrir como sou. E tudo bem, é um direito seu não gostar de mim e eu garanto que respeitaria sua apatia, seu desdém e desprezo. Eu acabei me acostumando a ser tratado assim. Não é que eu me esforce para ser mal compreendido, justamente o contrário é o que me fode. Por mais que eu tente não consigo mudar. E como não posso controlar o que as pessoas pensam sobre mim, tenho que contar com a sorte.
Mas enfim...
Mas enfim...
Eu só estava pensando no por que eu faço o que faço e por que eu sou o que sou. E esse pensamento foi desencadeado por você. Na realidade por um vídeo seu dançando. Parece loucura, mas tudo isso que eu pensei até aqui não se justifica. É quase meia noite e quarenta e eu estou ensaiando sobre alguém que eu nunca vi pessoalmente em toda minha vida, mas que por algum motivo eu desejo encontrar. Eu tenho certeza que já vi um filme assim. Mais de um talvez. É engraçado como a arte imita a vida e a vida, insatisfeita por não se comparar, tenta miseravelmente ser como é retratada.
É até irrisório achar que um dia eu e você esbarraríamos um no outro na rua.
Caminhos que não foram traçados pelo destino não se cruzam.
Até porque o destino não existe, mas isso eu te conto no nosso próximo encontro.
Pois, se eu continuar pensando nisso, posso levantar outros questionamentos.
Por exemplo: por que você existe? Talvez eu simplesmente não devesse ter notado sua existência, mas por algum motivo eu notei. Isso foi uma a anomalia. Algo que não deveria acontecer aconteceu. De um jeito inesperado. Como a criação do universo num piscar de olhos. Lá estava tudo e eu e você no meio deste nada.
Por exemplo: por que você existe? Talvez eu simplesmente não devesse ter notado sua existência, mas por algum motivo eu notei. Isso foi uma a anomalia. Algo que não deveria acontecer aconteceu. De um jeito inesperado. Como a criação do universo num piscar de olhos. Lá estava tudo e eu e você no meio deste nada.
Por que eu notei sua existência e por que eu anseio por um encontro? Que diferença faz o que eu sinto se você nunca vai poder saber? Talvez esteja tudo bem enquanto você continuar não notando minha existência. No momento só eu penso em você. Não sei se um pensamento meu pode chegar até ti. Acho que não, senão eu teria ouvido alguma coisa a essa altura. São 01:01 da manhã do dia 10 de abril de 2020. E a insônia não me deixa dormir. Estou cansado e quero sonhar.
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